Quinze Segundos
O taxista fechou o rosto, ficou sério, ao ouvir “ser deus” sua mente começou a viajar em milhares de possibilidades, milhares de desejos nunca antes imaginados. Sua mão começou a tremer: " E se tudo isso for verdade?" pensou.
O garanhão sorriu abertamente e colocou os óculos escuros de volta. O motorista do ônibus levantou a cabeça e um arrepio percorreu sua medula, enquanto os alunos fofocavam sobre o que o homem branco tinha acabado de falar.
Este não demorou muito a falar: “Bem, acho que isso é tudo. Não vou dizer que não tem regras porque soaria muito clichê, vou dizer que sim, tem regras, mas são vocês que as elaboram, vocês são os líderes e cabe a vocês decidirem o melhor.” E olhou para o semáforo, colocou a mão no pulso como se estivesse sentindo um relógio e completou: “Faltam quinze segundos para começar.”
“Anos Oitenta” correu para o veículo e fechou a porta com força, estava empolgado, queria ser deus e não desperdiçaria esta chance que o ET estava dando. O garanhão fez o mesmo.