Ficly

Sinal Vermelho

Um furgão escuro, um ônibus escolar, um táxi moderno, um porshe vermelho e um carro de família completavam a linha de frente do cruzamento entre a Avenida Paulista com a Nove de Julho. Sete da manhã, sinal vermelho e os ouvidos dos pedestres já estavam acostumados com as buzinas, o movimento da publicidade e com o céu urbano que se estendia naquela quinta-feira. São Paulo fervia.
Enquanto os alunos, eufóricos, conversavam no fundo do ônibus, no furgão um homem careca com estilo anos oitenta, ouvia Steven Tyler repetir: “I go crazy, crazy, baby, I go crazy” no último volume. Ao seu lado, o taxista com aparência latina conversava loucamente com um casal de jovens, pareciam turistas, ou melhor, eram turistas, ninguém realmente “parece” turista.
Logo atrás, um motorista de óculos escuro, no porshe vermelho, observava os turistas com um sorriso no canto, enquanto a família no carro ao lado se preparava tomando o café da manhã, sujando todo o chão do veículo. O sinal vermelho estava demorando demais.

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